Bonecas do Vale do Jequitinhonha


Add caption

Minas Gerais é o terceiro estado mais rico do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contudo, em meio à prosperidade que se vê em algumas áreas do estado, como o Triângulo e a Zona da Mata, há uma região, o Vale do Jequitinhonha, que sofre com baixos indicadores sociais. Nesse local, mais especificamente no município de Minas Novas, o Sebrae desenvolve, desde 2005, um eficiente trabalho de geração de ocupação e renda por meio do artesanato. A região de Minas Novas tem forte cultura de produção artesanal em cerâmica, com destaque para as famosas bonecas do Vale do Jequitinhonha. O Sebrae viu nessa atividade um meio de combater a pobreza e garantir mais qualidade de vida para a população e realizou em duas comunidades do município – Cachoeira do Fanado e Coqueiro Campo – diversos cursos e consultorias, com o objetivo de profissionalizar a produção. Em uma primeira etapa, a meta foi convencer os artesãos de que o artesanato não era apenas um “bico”, mas tinha forte potencial como fonte de renda para as famílias. Em 2005, as capacitações realizadas pelo Sebrae incluíram, principalmente, design e gestão de negócios, incluindo comercialização. A partir de 2006, o foco passou para o associativismo. 

O artesanato na região é feito quase exclusivamente pelas mulheres. Os homens normalmente trabalham no corte da cana-de-açúcar, ficando meses longe de casa. O trabalho realizado pelo Sebrae possibilitou grande mudança na comunidade. Com o aumento da produtividade e da qualidade dos produtos, a renda dos artesãos cresceu, em média, 150% nos últimos três anos, o que possibilitou melhoria das casas, compra de eletrodomésticos e a
ida dos filhos à escola. “O Sebrae promoveu uma importante evolução em nossa comunidade. Antes estávamos praticamente esquecidos, sem perspectivas, mas hoje vivemos com muito mais qualidade de vida”, destaca Jovita Eduardo Lopes Sousa, presidente da Associação dos Artesãos de Minas Novas.

Segundo Jovita, a participação em feiras e a seleção entre as cem melhores unidades produtoras do país, de acordo com o Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, contribuíram fortemente para o crescimento dos negócios. “Foram ações que ajudaram muito na divulgação do nosso trabalho em outros estados do país. Hoje as vendas crescem constantemente e estamos ganhando mercado nos mais diversos locais”, conta. 

O Olho de Boi



Octavio Paz


"O Artesanato não quer durar milênios nem está possuído da pressa de morrer prontamente. Transcorre com os dias, flui conosco, se gasta pouco a pouco, não busca a morte ou tampouco a nega: apenas aceita seu destino. Entre o tempo sem tempo de um museu e o tempo acelerado da tecnologia, o artesanato tem o ritmo do tempo humano. É um objeto útil que também é belo; um objeto que dura, mas que um dia porém se acaba e resigna-se a isso; um objeto que não é único como uma obra de arte e que pode ser substituído por outro objeto parecido, mas não idêntico. O artesanato nos ensina a morrer... e fazendo isso, nos ensina a viver."
Octavio Paz
Escritor, poeta e diplomata mexicano, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1990, publicou mais de vinte livros de poesia e incontáveis ensaios de literatura, arte, cultura e política.

O Macramé...

A palavra Macramé significa “nó”. É uma técnica de tecer fios que não utiliza nenhum tipo de maquinário ou ferramenta, somente as mãos. Trabalhando com os dedos, os fios vão se cruzando e ficam presos por nós, formando configurações geométricas e uma infinidade de formas decorativas.
É uma arte que provavelmente se originou na pré-história, quando o homem aprendeu a amarrar fibras para se agasalhar e criar objetos. Há versões que dizem que a palavra vem do árabe, outras do turco, outras ainda do francês. Foi trazida para o Brasil pelos portugueses, mestres nas tramas e bordados. Os nós podem ser feitos de cisal, capim, vime e praticamente todas as formas de fibras que formam fios. Os mais diversos produtos podem ser confeccionados: acessórios, barrados, móveis, painéis e tudo que a imaginação puder criar. Esta também é uma técnica valiosa quando utilizada como “coadjuvante” a outras técnicas, pois agrega valor ao produto final refinando acabamentos e compondo detalhes originais.

As Sementes...


A utilização das sementes na produção artesanal tem possibilidades infinitas e fascinantes. A versatilidade do Açaí, a resistência e a qualidade da Jarina - nosso “marfim vegetal”- a delicadeza da pequena Morototó, o popular Olho de Boi e muitas e muitas outras... Em meio a tantos nomes, e não é difícil perder-se neles... encontramos ainda estórias, lendas, aplicações medicinais e sagradas. Todo um imaginário e riqueza cultural que trazem a marca de nossa identidade, do nosso povo, de nossa terra.